Escolher um local para morar é o ponto de partida para a procura de um imóvel. A região escolhida deve atender as suas necessidades e as da sua família. Analise o tempo que vai demorar para chegar ao trabalho, se existem serviços como supermercados e padarias, aonde é possível ir caminhando. Fique atento aos meios de transporte público que serão utilizados por você, seus filhos e/ou por empregados da casa. Algumas localidades são excelentes, com parques, shopping centers, colégios e clubes, porém é necessário usar o carro para chegar a qualquer um desses lugares. Não pense só em quem dirige!
Dê preferência a uma região já estabilizada para não ter surpresas posteriores. Algumas áreas estão em transição e empresários aproveitam para instalar bares e casas noturnas, que são bastante indesejadas pelos moradores. Durante a noite, essas áreas costumam atrair muitos jovens e as ruas ficam lotadas de automóveis. Lembre-se que eventualmente amigos que forem visitá-lo encontrarão dificuldades para achar uma vaga.
Além disso, pesquise para ver se obras pesadas irão ocorrer nas redondezas. Muita gente comprou imóveis em regiões tranquilas, mas que de repente se tornaram caóticas em função da construção de novas avenidas, pontes, túneis, shopping centers. Assim, tome cuidado com localidades que prometem um rápido desenvolvimento.
Imóvel usado Imóvel na planta Custos devem caber no seu bolso
Dicas de como escolher
Antes de iniciar a busca pelo seu imóvel vale a pena conferir as dicas abaixo:
Visite o imóvel mais de uma vez, em vários horários e dias, para ter uma ideia de como é a região. Converse com outros moradores do bairro, ou do prédio, para uma opinião sobre a localização e estado de conservação da propriedade;
Convide um engenheiro ou arquiteto amigo para avaliar o estado de conservação do imóvel e do prédio, no caso de apartamentos, muitas vezes ao materiais usados na construção não são bons e, apesar de novo, o imóvel vai acabar exigindo muita manutenção;
Pesquise na Prefeitura para checar se estão previstas mudanças na lei de zoneamento que possam afetar o imóvel;
Se a intenção é viver de aluguel, tente estime o valor do aluguel com base no aluguel de outros imóveis da região, infra-estrutura de transporte e serviços na região, vagas de garagem, no caso de edifícios, a existência de gerador ou ar-condicionado central, custos de manutenção, como IPTU e condomínio.
Imóvel usado pode ser uma opção mais barata
Muita gente foge de imóveis usados, acreditando que eles podem apresentar problemas ao longo do tempo. Isso em parte é verdade. Todo imóvel requer manutenção, como pintura, reformas de banheiros e cozinha. Mas lembre-se que os imóveis usados são ligeiramente mais baratos que os novos, e com a diferença de preço é possível reformá-lo e deixá-lo com a sua cara. Certamente você não vai querer comprar um apartamento novinho para quebrá-lo para deixa-lo de acordo com seus gostos.
No caso de apartamentos em prédios mais antigos, as chances de aparecerem gastos para reformas do condomínio são grandes. Um elevador que precisa ser reformado, infiltrações na garagem, re-decoração do hall de entrada e mudanças no paisagismo são gastos extras, que por outro lado, valorizam o seu apartamento. Antes de fechar negócio converse com o síndico ou administradora para analisar a situação financeira do condomínio. Muitos prédios são mal administrados e, dessa forma, podem ter furos de caixa ou valores de condomínio muito altos.
Com relação aos imóveis ocupados, todo cuidado é pouco. Se quem estiver ocupando o imóvel for o proprietário, a situação é menos problemática. Uma dica para fazer com que ele não demore para sair do imóvel é deixar de pagar uma parcela do saldo, mas exija que a escritura já tenha sido passada para seu nome se ele disser que pretende sair em um mês, por exemplo. Não confie em ninguém, por mais amistoso que o vendedor possa parecer. No mundo dos negócios não existe amizade e nem promessas. Existem casos de famílias que compraram à vista uma casa, mas esperaram seis meses para poder mudar.
Imóvel na planta pode ser arriscado
O principal risco de comprar um imóvel na planta é a quebra da construtora. Ninguém quer ver as economias de anos de trabalho irem por água baixo. Desse modo, a recomendação é procurar empresas com tradição no mercado e solidez, e livres de reclamações no Procon. Outro perigo é o preço da obra variar muito durante a construção. Isso é mais comum com as obras "a preço de custo" do que aquelas "por empreitada". A melhor dica, que vale para qualquer negócio, é a contratação de um bom advogado. Tenha total confiança nesse profissional, já que você estará entregando seu futuro em suas mãos.
Custos devem caber no seu bolso
A maioria das pessoas não possui um saldo bancário suficiente para comprar uma casa à vista, e dessa forma são obrigadas a financiar boa parte do valor do imóvel. Neste sentido, a recomendação é que você nunca comprometa mais de 25% de seu orçamento com as prestações do financiamento. Se a sua família já está definida e você decidiu comprar um apartamento que atenda a suas necessidades nos próximos 10 anos, o próximo passo é definir um valor que caiba dentro do seu orçamento.
Antes de sair à procura de um imóvel, é preciso primeiro estipular um intervalo de valores compatíveis com seu bolso. Após ter decidido sobre um valor, será necessário saber quanto você poderá dar de entrada para o financiamento bancário. Se as prestações ultrapassarem os 25% de sua renda familiar, você terá duas opções: comprar um imóvel mais barato ou esperar algum tempo até que a parcela da entrada seja maior.
Muitas vezes ficamos deslumbrados ao pesquisar imóveis junto com corretores, que sempre oferecem oportunidades acima de nosso orçamento. Algumas delas ultrapassam apenas 20% ou 30% de valor estipulado e acreditamos que essa diferença não trará um grande impacto para nossas finanças. Mas trará. Acabaremos aumentando o valor financiado e "engessando" nossa flexibilidade financeira. Lembre-se que a casa própria não é a única prioridade na vida de uma família. Seus filhos chegarão à época da faculdade e nesse momento você deverá ter economizado o suficiente para bancá-los, por exemplo.
Fonte: Guia de Imóveis