Talvez você não seja muito ligado aos símbolos que estão à sua volta o tempo todo, mas, se você começar a reparar, vai perceber que seu campo de visão é constantemente afetado pela presença de imagens que representam alguma coisa. Isso vale para logomarcas, símbolos religiosos, sinais de trânsito, gestos e mais uma infinidade de outras coisas.
E não é de hoje que usamos símbolos para representar crenças, conceitos, nomes e pessoas. A humanidade já faz isso há muito tempo, e, quando um símbolo é secular ou milenar, é comum que ele acabe perdendo seu sentido inicial, como é o caso dos que você pode ver abaixo, que já têm significados muito diferentes. Confira:
1 – Chifres com os dedos
O gesto feito por quem curte o bom e velho metal foi popularizado por Ronnie James Dio, que, talvez nem tivesse percebido, mas estava criando quase uma extensão da identidade de quem realmente gosta desse estilo musical.
O gesto, porém, é usado há muito mais tempo e, por incrível que pareça, os chifrinhos que hoje são vistos por alguns como um símbolo satânico tinham o significado oposto: conhecido como “corna”, o gesto era usado como uma forma de demonstrar repulsão por coisas negativas e pelo “coisa ruim”, de forma geral.
E sabe do que mais? Quando o músico usou o gesto pela primeira vez, ele já sabia que não tinha nada a ver com qualquer invocação satânica, afinal sua avó tinha explicado para ele que o símbolo era quase um pedido de paz. E aí, você sabia disso?
2 – O símbolo da paz
Se você conhece um pouco sobre o movimento paz e amor da década de 1960, provavelmente lembra que o símbolo acima era a marca criada pelos amantes de Woodstock. Só que não.
O ícone foi criado, na verdade, por Gerald Holtom, com a intenção de passar uma mensagem em prol do desarmamento nuclear na Grã-Bretanha. De acordo com Holtom, o desenho é a representação dele mesmo em desespero, com as mãos para baixo e um círculo em volta do próprio corpo.
Mesmo sendo o autor do ícone, Holtom nunca registrou os direitos autorais de seu trabalho e não demorou para que o símbolo tivesse outras interpretações, sendo que a mais popular delas é a paz. Há quem acredite também que ele representa uma cruz satânica invertida, mas isso não passa de especulação sem muito sentido.
3 – O Caduceu
O símbolo que você vê acima, conhecido também como Emblema de Hermes, é comumente utilizado por membros da comunidade médica e de saúde, de uma maneira geral. O desenho é decifrado como um par de asas e cobras enroladas, certo? Certo, mas não é bem a saúde que ele representa.
Na verdade, o símbolo médico é o Bordão de Asclépio, que é também um par de asas, mas com apenas uma serpente enrolada a ele. Asclépio era o deus grego da Medicina e da cura e, por isso, seu símbolo está relacionado com a saúde.
Já o Emblema de Hermes foi escolhido pelo Corpo Médico do Exército dos Estados Unidos, há mais de 100 anos, com base na decisão de um oficial que acabou se confundindo e trocando os símbolos. É por isso que o Caduceu é o símbolo mais prevalente, principalmente na América do Norte. Em outras partes do mundo, o símbolo é usado para representar o comércio, afinal Hermes era o patrono de mercadores e comerciantes.
4 – A caveira com os ossos cruzados
Vamos lá: quando você vê uma caveira sobre dois ossos cruzados, qual é a primeira coisa que passa pela sua cabeça? Se você pensou em algo relacionado a qualquer tipo de substância venenosa ou perigosa, você está certo, e quando há esse sinal em algum elemento, é melhor você ficar longe dele.
O mesmo símbolo era também usado por piratas, que estampavam a imagem em suas bandeiras, ainda que isso fosse mais uma escolha genérica, afinal todo bom pirata tinha seu próprio símbolo e sua própria bandeira.
O que você não deve imaginar é que o símbolo começou a ser usado na Espanha, como forma de identificar cemitérios. Até hoje é possível encontrar essa representação em igrejas, capelas e, claro, cemitérios espanhóis. Foi por essa relação com a morte que os piratas adotaram o símbolo, inclusive. Era uma forma de “impor respeito”.
5 – A suástica
Poucos símbolos são tão fortes quanto a suástica, que, bordada nos uniformes nazistas, lembrava a todos quais eram os princípios da política defendida por Hitler.
Na verdade, a suástica, conhecida também como Cruz Gammadion, é um dos símbolos mais antigos do mundo e, inclusive, já foi utilizada em religiões como o budismo, o hinduísmo e o jainismo, além de ter sido utilizada pelas civilizações antigas, como os gregos, egípcios, romanos e celtas.
Para o hinduísmo, de onde vêm algumas das representações mais antigas do símbolo, a suástica representa o deus Vishnu até hoje. Uma curiosidade interessante: a suástica “girando” para o sentido horário representa Vishnu e, no sentido anti-horário, representa o deus Kali.
Nos tempos mais modernos, a suástica foi utilizada diversas vezes antes do Nazismo, até mesmo na cerveja dinamarquesa Carlsberg e na Força Aérea da Finlândia.